Hoje 03/08/2024. Às 15h, um grupo de pistoleiros das fazendas atacaram a tiros aos familiares indígenas Guarani Kaiowá na retomada Panambi-Douradina -MS. São mais de 8 indígenas, mulheres , crianças, idosos feridos gravemente. É mais um massacre de Guarani Kaiowá na terra indígena.
Oitiva, feridos fora de perigo, retaliação ao MST e bastidores: as 24 horas depois do ataque às retomadas de Douradina.
Os três indígenas Guarani e Kaiowá ainda internados no Hospital da Vida, em Dourados (MS), estão fora de perigo de morte. A informação foi passada na manhã deste domingo (4) pela equipe médica a representantes do Ministério Público Federal (MPF) e Ministério dos Povos Indígenas (MPI), que na sequência se encaminharam para oitivas nas retomadas de Douradina, Terra Indígena Lagoa Panambi, atacadas por jagunços na tarde deste sábado (3).
J.F.C, de 17 anos, levou um tiro no pescoço, E.A.G, de 20 anos, sofreu um disparo na cabeça e R.H.C, de 16 anos, foi atingido por disparos na cintura e nas nádegas. No total, dez indígenas ficaram feridos, incluindo uma idosa atingida por bala de borracha. A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) mobilizou o pronto atendimento e precisou de apoio do Corpo de Bombeiros com ambulância para deslocar a Dourados os feridos com mais gravidade. A Força Nacional, depois de pressões, voltou para a área.
Conforme relatos coletados junto aos Guarani e Kaiowá presentes nas retomadas, os jovens feridos com mais gravidade estavam protegendo os barracos das retomadas Kurupa’yty e Pikyxyin. Neles estavam mais de 30 crianças e quatro bebês. Como são retomadas localizadas ao norte da Terra Indígena, mais afastadas da concentração de jagunços, que mantêm acampamento na retomada Yvy Ajere, os indígenas levaram as crianças para essas retomadas então mais protegidas.
Há um total de sete retomadas na Terra Indígena. As duas últimas, Guaaroka e Yvy Ajere, contíguas e feitas a partir do último dia 13 de julho, concentravam a atenção ruralista antagonista à presença dos Guarani e Kaiowá. De tal forma que a retomada Guaaroka está sob liminar de reintegração de posse e a Yvy Ajere convive diariamente com um acampamento de jagunços. Ambas sofreram uma sequência de ataques. A situação, porém, mudou. Os ataques se espraiaram para as demais retomadas.