As terras raras são elementos fundamentais para economia e a sociedade moderna, se do utilizadas em uma ampla gama de tecnologias avançadas. Elas desempenham um papel crucial na fabricação de semicondutores, que são o epicentro da guerra tecnológica entre os Estados Unidos e a China.
As terras raras, apesar do nome, não são tão raras assim na natureza. Elementos como o sério, por exemplo, existem em maior quantidade do que o cobre e três vezes mais do que o chumbo. No entanto, o grande desafio está no processo de purificação desses elementos, que é extremamente caro e altamente tóxico, sendo os EUA os pioneiros no desenvolvimento de tecnologias para a purificação e uso dessas terras raras, sendo os únicos produtores até 1998. No entanto, a China rapidamente se tornou a líder mundial, chegando a ser responsável por 95% da produção global desses elementos em 2005. Embora a participação da China tenha diminuído desde então, ela ainda domina não apenas a extração, mas também a purificação dessas terras raras.
Até agora, na guerra comercial, os EUA têm tomado a frente na hora de aplicar as tarifas sobre a china, mas os asiáticos podem “virar o jogo” e ampliar o escopo desta disputa para um nível que pode piorar, e muito, o cenário global ao criar uma guerra tecnológica. A crise com a Huawei reforçou este risco, e os jornais chineses deram o alerta: o país está pronto para usar as terras raras como retaliação contra os EUA. Isso pode afetar toda a cadeia de produção de eletrônicos no mundo.
A China domina não apenas a produção, mas também as reservas mundiais de terras raras, o que a colocam em uma posição de vantagem estratégica. Outros países, como os Estados Unidos, têm reservas menores e dependem da China para suprir suas necessidades.
Quando a China ameaça retaliar as sanções tecnológicas impostas pelos Estados Unidos, isso gera preocupação em Washington, pois os EUA só conseguem manter sua produção tecnológica e industrial em ritmo atual se tiverem acesso a essas terras raras. Caso a China decida cortar completamente as exportações, seria um golpe duro para os americanos e seus aliados, como o Japão, Holanda e Coreia do Sul, que produzem tecnologias vitais que estão sendo barradas pela China.