O estado do Texas, nos Estados Unidos, principal ponto de entrada ilegal de imigrantes no país, tem tornado mais rigorosa a fiscalização na fronteira. Por isso, criminosos que levam imigrantes para o país mudaram a rota de entrada para o Arizona, estado com áreas mais inóspitas e onde a fiscalização é mais difícil.
O local de entrada é chamado de Deserto da Morte e fica ao lado de terras controladas pelo Cartel de Sinaloa, o mais poderoso do México.
Nem todos os coiotes, pessoas que guiam os estrangeiros em troca de dinheiro, deixam os imigrantes perto do muro que divide Estados Unidos e México.
Alguns coiotes levam os imigrantes para longe do muro porque querem burlar a fiscalização.
Os imigrantes são levados para um deserto onde a sensação térmica chega a 50 graus e é repleto de plantas espinhentas e cobras venenosas. Quem se perde por lá tem poucas chances de sair vivo, a não ser que seja resgatado.
“A maior causa de mortes é a hipertermia. As pessoas estão viajando em condições muito quentes. Quando elas ficam superaquecidas, perdem a capacidade de raciocínio. Andam em círculos, ficam exaustas [...] e algumas acabam morrendo”, explica Paul Nixon, um dos voluntários da organização Green Valley Samarithans, que faz rondas para procurar pessoas perdidas.
A equipe do Fantástico registrou o momento exato em que grupos de diversos países cruzavam o muro. São grupos com adultos e crianças. Uma mulher de Honduras conta que a travessia durou um mês.