A Rússia mostrou que continua avançando em sua ofensiva contra a Ucrânia e divulgou imagens de um ataque de drone na região de Kharkiv, nesta quarta-feira (30), em meio a polêmicas sobre a realização de exercícios militares com armas nucleares e o possível uso de tropas da Coreia do Norte para reforçar seu Exército.
O Ministério da Defesa russo, em comunicado nas redes sociais, enviou um vídeo em que soldados ucranianos saem correndo de uma espécie de bunker, cobertos por fumaça, depois que um drone aterrissa no local. Depois que eles já estão longe, ocorre a explosão.
"Militares do grupo de tropas ‘Oeste’ usam drones de ataque para atingir pontos de apoio das Forças Armadas da Ucrânia e colocar os nacionalistas ucranianos em fuga", diz a legenda.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o país realizou um novo treinamento para testar suas forças nucleares, nesta terça-feira (29) - o segundo exercício desse tipo realizado por Moscou em duas semanas.
Em vídeo divulgado pelo Kremlin, Putin disse que usar armas nucleares seria uma "medida extremamente excepcional", mas elas precisam estar prontas, e justificou:
"Continuaremos a melhorar todos os seus componentes. Os recursos para isso estão disponíveis. Ressalto que não vamos nos envolver em uma nova corrida armamentista, mas manteremos as forças nucleares no nível de eficiência necessária. (...) Dadas as crescentes tensões geopolíticas e o surgimento de novas ameaças e riscos externos, é importante ter forças estratégicas modernas e constantemente prontas para uso".
Putin aprovou no mês passado mudanças na doutrina nuclear oficial do país, que define as condições sob as quais a Rússia poderia considerar o uso de tais armas. Com as mudanças, qualquer ataque apoiado por uma potência nuclear poderia ser considerado um ataque conjunto - um aviso claro aos Estados Unidos para não ajudar a Ucrânia a atacar profundamente a Rússia.
Durante o exercício, foram realizados lançamentos práticos de mísseis balísticos e de cruzeiro. (...) Foi verificado o nível de preparação dos órgãos de comando militar, as habilidades de trabalho do pessoal de comando e operacional na organização do controle das tropas subordinadas. As tarefas previstas durante o exercício das forças de dissuasão estratégica foram cumpridas integralmente, todos os mísseis atingiram os alvos".
De acordo com o ministro da pasta, Andrei Belousov, o exercício realizado simulou um "ataque nuclear massivo" em resposta a um primeiro ataque de um inimigo.
Segundo autoridades russas, a guerra de dois anos e meio com a Ucrânia está entrando agora em sua fase mais perigosa. Há semanas, a Rússia vem sinalizando ao Ocidente que Moscou responderá se os Estados Unidos e seus aliados autorizarem a Ucrânia a disparar mísseis de longo alcance, enquanto vários líderes acusam Putin de estar pensando em usar tropas da Coreia do Norte no conflito.
Conflito contra a Ucrânia
Segundo o grupo de mídia russo Agentstvo, que analisou mapas de fontes abertas ucranianas, a Rússia tomou 196,1 km² do território ucraniano entre os dias 20 a 27 de outubro, marcando o avanço semanal mais rápido das forças russas neste ano, informou a agência Reuters nesta segunda.