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Dólar fecha a R$ 5,86, no segundo maior valor nominal da história

Publicada em 02/11/24 às 13:26h - 7 visualizações

por TV Africa Biso Brasil


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 (Foto: Foto de Karolina Kaboompics)
O dólar voltou a fechar em alta nesta sexta-feira (1°), desta vez no segundo maior valor nominal da história (descontada a inflação): R$ 5,8698. No dia 13 de maio de 2020, a moeda americana chegou aos R$ 5,9007, seu recorde.

Em meio às turbulências econômicas no Brasil e no mundo, o dólar acumula alta de 20% em 2024. (veja mais abaixo). O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, fechou em queda.

Nesta semana, investidores esperavam definição do governo federal sobre o corte de gastos previsto para este fim de ano, o que não aconteceu. A equipe econômica busca cumprir a meta de déficit zero para as contas públicas em 2024.

Como mostrou o blog do Valdo Cruz, o mercado financeiro espera que esse pacote indique cortes entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões nos gastos públicos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta semana entender a "inquietação" do mercado, e que vai apresentar cortes. Mas disse também que não há data para a divulgação dos planos, e que a decisão depende do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No exterior, o clima também é ruim com a aproximação das eleições americanas e novos dados de atividade econômica reascendendo as dúvidas sobre a condução das taxas de juros nos próximos meses.

O embate eleitoral nos EUA acontece na próxima terça-feira (5), entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump. Para o mercado, o ex-presidente tem mais chances de vitória, e ameaça trazer uma agenda de aumento de protecionismo para um novo mandato.

Além disso, investidores reagem aos novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que gerou um número de vagas bem menor que o esperado em outubro. O relatório de empregos "payroll", o mais importante do país, indicou a criação de apenas 12 mil vagas de trabalho no último mês, contra uma expectativa de 106 mil e muito abaixo das 223 mil criadas em setembro.

Um mercado de trabalho mais fraco pode ajudar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a reduzir mais as suas taxas de juros, hoje entre 4,75% e 5% ao ano. No entanto, o mercado desconfia que o resultado seja tão ruim que possa indicar uma desaceleração muito intensa da economia americana.

No noticiário internacional, o mercado analisa os novos dados de empregos norte-americanos que vieram muito abaixo do esperado.

Os números fracos, no entanto, são uma consequência das greves ocorridas no último mês no país, que foram registradas como desemprego. Inclusive, a taxa de desemprego nos Estados Unidos permaneceu em 4,1%, como no mês anterior.

"Sem considerar essas greves e as demissões de trabalhadores temporários, o número teria se aproximado da projeção de 100 mil. A greve da Boeing, por exemplo, foi amplamente divulgada, mas fora isso, os demais dados ficaram dentro do esperado", explica Gustavo Cruz estrategista-chefe da RB Investimentos.

"Para as próximas reuniões do Banco Central dos EUA, acredito que isso não terá grande impacto – é provável que mantenham o corte de 0,25 p.p. na próxima semana e em dezembro. O que de fato poderá influenciar as decisões do Banco Central em 2024 será a eleição", comenta.

Além disso, investidores continuam repercutindo os novos dados da inflação norte-americana, divulgados na quinta. O PCE, índice de preços preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), subiu 0,2% em setembro, em linha com o esperado.

O dado, no entanto, representa uma aceleração em relação ao mês anterior (0,1%) e reforça a perspectiva de que o Fed deve reduzir a magnitude dos cortes de juros em sua próxima reunião de política monetária, também prevista para a semana que vem.

A visão é reforçada, ainda, pelo resultado da primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos do terceiro trimestre. O indicador, divulgado na véspera, mostrou uma continuidade do crescimento da atividade econômica no país.
"Independentemente dos ajustes mais táticos, o cenário vem confirmando o pouso suave e afastando as preocupações mais alarmantes sobre o enfraquecimento da atividade", destaca Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

Já no Brasil, destaque para a produção industrial, que cresceu 1,1% em setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma forte aceleração em relação ao 0,2% de alta do mês anterior, além de vir acima das expectativas do mercado, de 0,9%.

Números que mostram uma economia aquecida reforçam a expectativa de uma inflação maior nos próximos meses, o que pode contribuir para novas altas da Selic, taxa básica de juros, hoje em 10,75% ao ano.

Além do crescimento mensal, a alta anual da indústria brasileira em setembro também veio acima do esperado, subindo 3,4%, contra uma expectativa de 2,8%. Em agosto, o acumulado anual da indústria era de 2,3%.

Os dados da produção industrial indicando uma atividade aquecida fazem coro aos bons números do mercado de trabalho divulgados ontem, com uma forte redução da taxa de desemprego, que caiu a 6,4% no terceiro trimestre e voltaram a surpreender o mercado.

" Essa é uma taxa baixa para os padrões históricos brasileiros, confirmando a robustez do mercado de trabalho", diz Claudia Moreno, economista do C6 Bank .

Apesar disso, a economista explica que a queda do desemprego "desafia o controle da inflação de serviços", o que pode gerar uma taxa de juros ainda maior para o Brasil.

" Se por um lado isso significa que existem mais pessoas ocupadas, o que é bom para a atividade, por outro, torna mais desafiador o controle da inflação, já que há maior pressão sobre os preços dos serviços", comenta Moreno.

Com isso, aumentam as expectativas pela próxima reunião do Copom, prevista para a semana que vem. A maior parte do mercado prevê um novo aumento da taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, com o Banco Central indicando que deve continuar a perseguir suas metas.



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